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Cirurgia bariátrica e diarréia

  • Writer: flaviohoerlle
    flaviohoerlle
  • Apr 10, 2019
  • 2 min read

Updated: May 12, 2020

A cirurgia bariátrica é hoje, um dos métodos mais eficazes em atingir uma redução de peso permanente e capaz de alterar boa parte das comorbidades associadas a obesidade mórbida, como o Diabete Mellitus, hipertensão arterial e muitas vezes o colesterol elevado.

No nosso país ela é indicada para pacientes com IMC maior que 50 kg/m2, ou IMC maior que 40 kg/m2 com ou sem comorbidades (DM tipo II, hipertensão arterial, doenças articulares) ou IMC maior que 35 kg/m2 com comorbidades, desde que tenha feito um acompanhamento clínico por 2 anos com o objetivo de emagrecer, e que não tenha obtido sucesso.


Quando falamos em alteração do hábito intestinal, a obesidade por si só afeta o intestino, sendo que em média os pacientes obesos (IMC acima de 30) possuem 2x vezes mais episódios de diarréia do que as pessoas magras (IMC 18-25). Em partes, isso acontece pela maior ingestão de carboidratos não absorvíveis adequadamente pelo nosso organismo, os que pertencem a classe de alimentos chamados FODMAP (Oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos, e polióis fermentáveis). Outra alterações relacionadas a obesidade, inclui a maior taxa de refluxo gastresofágico, síndrome do intestino irritável, e sensação de evacuação incompleta, assim como o risco aumentado para alguns cânceres.

Mesmo após a cirurgia bariátrica, e resolução da obesidade, até 75% dos pacientes poderão sentir alguma alteração de seu intestino. A diarréia, é um dessas alterações, sendo mais comum nas cirurgias do “By Pass em Y de Roux” e a “Duodenal switch”, devido a exclusão de alguns segmentos do intestino, diminuindo a distância entre a entrada e saída do alimento do organismo, o que reduz a digestão e absorção completa dos mesmos.

Visto isso, devemos ter em mente outro ponto importante. O tempo de adaptação do organismo ao novo mecanismo de absorção intestinal, quanto a ingesta de energia e estabilização do metabolismo leva em torno de 1 ano após a cirurgia, o que nos induz a pensarmos que antes de um prazo de 6 meses , não há necessidade de uma investigação extensa sobre a alteração do hábito intestinal do paciente.

A persistência da diarreia após este período, nos remonta a diferentes achados. A síndrome do intestino curto, a enteropatia perdedora de proteínas, o supercrescimento bacteriano, a própria insuficiência pancreática, a má absorção de carboidratos (lactose e frutose), diarreia por má absorção biliar e mais recentemente, a modificação da microbiota (bactérias do intestino) pelo procedimento cirúrgico. Todos esses podem ser encontrados com o paciente pós-cirúrgico. Cada um dessas enfermidades carrega uma história e uma característica diferente.

Outro ponto que deve ser levantado são as adições que o paciente apresentava antes da cirurgia ou então passa a apresentar após, como cigarro e bebida alcóolica, dois grandes causadores de diarreia, visto que o a cirurgia bariátrica ainda causa uma absorção mais rápida do álcool para o sangue.

Finalizando, não podemos esquecer que nada impede que o paciente traga consigo, uma doença que já possuía, como a doença celíaca, doença inflamatória intestinal (Crohn e retocolite ulcerativa), e a síndrome do intestino irritável.

O acompanhamento físico, nutricional e médico após a cirurgia não deve parar, para que se tenha uma boa resposta a cirurgia mesmo após anos do procedimento.

 
 
 

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