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Saiba como diferenciar - e prevenir - a gastrite e a dispepsia

  • Writer: flaviohoerlle
    flaviohoerlle
  • May 27, 2020
  • 4 min read

Muitas pessoas cresceram ouvindo que qualquer dor ou desconforto no estômago é “gastrite nervosa”. No entanto, esta doença não é tão facilmente identificável e geralmente é confundida com outra muito mais comum, mas menos conhecida.

O Doutor Flávio Rogério Hoerlle explica que a gastrite é uma inflamação no estômago, e que só é possível fazer o diagnóstico através do exame endoscópico.

Na maioria dos casos, não existe inflamação. Quando o exame não revela alterações orgânicas, o diagnóstico é dispepsia funcional – explica ressaltando que a dispepsia funcional tem como sintomas provavelmente a digestão difícil, náuseas, vômito, saciedade precoce, empachamento, desconforto ou dor no estômago. Geralmente ela ocorre em razão de alterações nos movimentos de contrações do estômago e do início do intestino (duodeno), ou simplesmente porque o estômago de algumas pessoas é mais sensível.

Em outros casos, esses mesmos sintomas podem decorrer de lesões, de doenças do estômago e do duodeno (úlcera/câncer) ou de doenças da vesícula e do pâncreas. São, então, chamados de dispepsia orgânica. O exame mais indicado para um diagnóstico seguro é, novamente, a endoscopia.

O principal tratamento para a dispepsia funcional é a reeducação alimentar do paciente. Hoerlle defende que os bons hábitos à mesa e uma rotina constante de exercícios são responsabilidades que devemos assumir com o nosso corpo.

- Em casos como este, o único responsável pela sua saúde é o paciente. Tudo o que ele precisa entender é que o cuidado com o corpo deve ser uma fonte de prazer e bem-estar. Alimentar-se com um alimento que se saiba saudável e praticar um exercício ao ar livre devem ser fontes de alegria – explica o médico que clinica na região de Ijuí há cerca de 30 anos e que já viu muitos pacientes mudaram radicalmente de atitude em nome da saúde e que hoje, além de serem mais saudáveis, são mais felizes.

A aceitação dos alimentos

Outra questão que o paciente precisa ter bem claro é que ele precisa conhecer bem o próprio corpo, algo difícil especialmente para os homens, que culturalmente têm mais dificuldades do que as mulheres em prestar atenção a si mesmos. Um exemplo importante deste autocuidado é entender que alguns alimentos são naturalmente mais difíceis de digerir (frituras, alimentos gordurosos, doces concentrados, chocolate, condimentos fortes...). Além deles, cada um de nós percebe que um ou outro alimento não “nos cai bem”. É imprescindível identificar estes produtos e evitá-los, mesmo que seja necessário abrir mão de um prazer passageiro em nome de um bem-estar duradouro.

Outro aspecto relevante que o paciente precisa levar em conta é como estômago sofre quando o sobrecarregamos. Isto ocorre quando ingerimos o tipo de alimento errado, uma quantidade exagerada de comida ou bebida, ou quando mastigamos inadequadamente. Para ele, é muito mais fácil digerir pequenas quantidades e alimentos bem triturados. Por isto, para que o paciente evolua em seu autoconhecimento é imprescindível começar a experimente fazer refeições menores, mais vezes ao dia e mastigando bem, evitando ingerir líquidos durante a refeição.

O fator emocional

Nosso estômago sofre também quando convivemos com emoções, sensações e tensões que não são conseguimos digeridas. O estômago, diversas vezes, é diretamente afetado pelo nosso estado emocional. Nestes casos, cada paciente deve encontrar seu jeito de lidar com a situação e evitar que somatizemos pela digestão. Assim, como no caso dos alimentos, é importante refletir sobre o que vai “colocar para dentro”, o que não vai, como vai mastigar e digerir o que ingeriu.

A saúde digestiva é um processo que se conclui com uma série de tomadas de decisões individuais, entre elas a qualidade e a quantidade dos alimentos que ingerimos, mas também o quanto nos permitimos nos conhecer e o quanto somos capazes de lidar com nossas emoções. Muitas vezes, não nos permitimos pensar nestas questões pois as qualificamos como “bobagens”, mas elas afetam diretamente nossa saúde.

Saiba mais:

Como funciona a digestão:

Passo 01

A primeira etapa da digestão começa na nossa cabeça. Basta perceber que estamos com fome ou “vontade de comer” e, pronto, órgãos da digestão começam a trabalhar.

Passo 02

Quando o organismo é estimulado a comer, ocorre um aumento de salivação e de suco gástrico, responsável pelo trabalho de digerir os alimentos.

Passo 03

Antes de engolir, trituramos os alimentos pela mastigação, misturando-os à saliva.

Passo 04

Em seguida, o alimento triturado começa a percorrer o esôfago, um tubo muscular localizado no meio do peito.

Passo 05

No final do esôfago, há uma espécie de válvula muscular chamada esfíncter. Quando as contrações atingem a parte inferior do esôfago, o esfíncter se abre e o alimento desce para o estômago.

Passo 06

Em seguida, o esfíncter se contrai, impedindo que o suco gástrico e os alimentos retornem ao esôfago.

Passo 07

O estômago também tem camadas musculares que realizam contrações para finalizar a trituração dos alimentos e misturá-los aos sucos digestivos, diminuindo o tamanho das partículas dos alimentos ingeridos para facilitar sua absorção.

Passo 08

Aos poucos, os alimentos vão chegando ao intestino, onde serão aproveitados pelo organismo para nutrir todos os órgãos do corpo.

Passo 09

Após extrair todos os nutrientes de que o corpo necessita, o intestino expulsa o restante do material através das fezes.

 
 
 

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