Pedra na vesícula
- flaviohoerlle
- Mar 29, 2019
- 2 min read
Updated: May 18, 2020

Enfermidade prevalente no nosso meio. Estima-se que aproximadamente 10-20% dos norte- americanos irão desenvolver pedras na vesícula em algum momento da sua vida. No nosso meio, o número chega a ser ainda maior. É uma das principais causas de internação hospitalar quando falamos em problemas gastrointestinais.
Antes de falarmos sobre como lidar com a pedra na vesícula, devemos esclarecer alguns pontos. O fato de se ter pedras na vesícula, não significa necessariamente que você terá algum sintoma dela. 80% dos pacientes que possuem pedras na vesícula, não desenvolvem sintoma algum durante sua vida. Chamamos isso de colelitíase (pedra na vesícula) assintomática. Normalmente é descoberta quando o paciente realiza ecografia da barriga, por qualquer outro motivo.
Existem alguns fatores de risco pro desenvolvimento das pedras. A síndrome metabólica (Diabetes, obesidade, colesterol HDL baixo e triglicerídeos elevados), perda rápida de peso, como nos pacientes que realizaram cirurgia bariátrica, dieta rica em carboidratos, gorduras e pouca quantidade de fibras. Ainda destaca-se o sexo feminino, pacientes acima dos 40 anos, histórico familiar positivo de cálculos biliares, raça e predisposição genética.
Quando então devo retirar minha vesícula por causa dessas pedras? Bom, se você não tem sintomas algum, existem algumas indicações que ainda hoje são controversas, no entanto, sabe-se que elas favorecem o surgimento de câncer de vesícula. Entre elas podemos citar a presença de cálculo biliar maior que 3cm, um vesícula repleta de cálculos, presença de “vesícula em porcelana” ou ainda a presença de cálculos com pólipo maior que 1 cm. No entanto devemos notar que no nosso meio, o câncer de vesícula é incomum, com incidência anual de 2 /100.000 casos. Além dessas, algumas outras condições, favorecem o surgimento de sintomas ou ainda se o paciente apresentar sintomas, podem confundir o médico visto a dor da vesícula ser similar a dor da doença, como por exemplo na anemia falciforme, que se torna outra indicação.
O tratamento normalmente é com vídeo-cirurgia, que apresenta a vantagem de menor cicatriz na barriga, menor tempo de internação hospitalar, e retorno mais rápido ao trabalho.. O uso de medicamentos para quebrar as pedras, é utilizado nos casos onde há cálculos menores que 5mm, radiotransparentes (puramente de colesterol),em uma vesícula biliar funcionante (ducto cístico patente). Mas o risco de formar novos cálculos após o tratamento com medicamentos, é grande.
Fonte:
· Behari, A, Kapoor, V. Asymptomatic Gallstones (AsGS) – To Treat or Not to?. Indian Journal of Surgery. 2012.74(1). 4-12;
· Ciaula, V. Recent advances in understanding and managing cholesterol gallstones. F1000 Research. 2018.1529(7).
· Stinton,L Shaffer, L; Epidemiology of Gallbladder Disease: Cholelithiasis and Cancer. 2012. 6(2).172–187.
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