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Intolerância a lactose

  • Writer: flaviohoerlle
    flaviohoerlle
  • Mar 29, 2019
  • 2 min read

Updated: May 18, 2020


intolerância lactose Baneário Camboriu

Normalmente há uma diminuição significativa na capacidade de absorver a lactose (açúcar presente no leite e derivados) ainda na infância, devido a perda da enzima lactase que se encontra no intestino delgado, e que é responsável por fazer a digestão da lactose, o que torna difícil a absorção desses produtos após essa época da vida. No entanto há menos de 10.000 anos atrás, devido a uma mutação genética (C-T 13910), em uma população específica de fazendeiros da Europa, fez com que alguns indivíduos conseguissem continuar absorvendo durante toda a fase adulta.


No entanto, a maior parte da população, não consegue absorver adequadamente os produtos lácteos, o que é devidamente esperado, sendo considerados mal absorvedores de lactose. Em um estudo publicado em 2017 no "The Lancet Gastroenterology and hepatology", observou que 68% da população mundial possuía algum grau de intolerância.


Importante notar que a má-absorção a lactose secundária, aquela que surge por danos no intestino delgado, como na doença inflamatória intestinal e infecções como as gastroenterites infecciosas, não se correlacionam com a mutação genética.


O desenvolvimento de sintomas decorrente da absorção ineficiente da lactose, criou o termo "intolerante a lactose". Os principais sintomas associados incluem borborigmos, flatulências, dor abdominal como cólicas, e a mais conhecida diarreia, após a ingesta de leite e derivados. Ainda ressalta-se que para quem não absorve adequadamente a lactose ter ou não sintomas, depende de inúmeros fatores, como a velocidade com que o leite e seus derivados são ingeridos, a quantidade ingerida, se foi ou não ingerido com algum outro alimento, presença de outras enfermidades como síndrome do intestino irritável, ansiedade, depressão ou outros transtornos psiquiátricos, ou então a presença de outras intolerâncias a nutrientes fermentados na dieta.


Para realizar o diagnóstico, dispõe-se de 4 testes, no entanto no dia a dia, utilizamos dois testes principais, o teste respiratório de hidrogênio e o teste sanguíneo de tolerância a lactose, ambos após a ingesta de 50g de lactose. Sendo que o teste respiratório ainda é superior e demonstra menor taxa de falsos negativos, logo, se o teste vier negativo, a chance de não se ter a má-absorção, é grande.


O tratamento consiste em reduzir os sintomas, e não em tratar a má-absorção por sí só. A redução da ingesta de leite e derivados para menos de 12gr ao dia ou então se misturado a alimentos, até 18gr ao dia, é efetivo em reduzir os sintomas. Se não houver melhora com a mínima ingesta, deve-se suspeitar de associação com intolerância a outros carboidratos pouco digeridos, síndrome do intestino irritável ou então, super crescimento bacteriano intestinal. A suplementação de cápsulas de enzima de lactase, se mostram alternativa eficaz também.



Fonte:

1.Storhaug CL, Fosse SK, Fadnes LT. Country, regional, and global estimates

for lactose malabsorption in adults: a systematic review and meta-analysis. The

Lancet Gastroenterology & Hepatology. 2017. 2(10):738-746.

2.Misselwitz, B, Fox, M. What is normal and abnormal in lactose digestion? The Lancet Gastroenterology & Hepatology. 2017. 2(10), 696–697.

3. Misselwitz, B, Pohl, D, Frühauf, H, et al. Lactose malabsorption and intolerance: pathogenesis, diagnosis and treatment. United European Gastroenterology Journal. 2013. 1(3), 151–159.

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