Saiba como tratar e evitar a prisão de ventre
- flaviohoerlle
- May 27, 2020
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A falta de qualidade na alimentação e os descuidos com o corpo, especialmente a falta de uma rotina de exercícios físicos, são as duas principais causas de diversos problemas de saúde. A prisão de ventre é um dos males mais diretamente relacionados a estes fatores.
O doutor Flávio Rogério Hoerlle, afirma que a constipação intestinal é um problema bastante comum que acaba por afetar a qualidade de vida dos pacientes, tirando deles a liberdade de uma rotina mais flexível e de acordo com seus desejos.
Existem conceitos universais antigos que precisamos resgatar. Uma vida baseada em uma dieta equilibrada e saborosa, longe de alimentos industrializados, e uma rotina prazerosa e divertida de exercícios trazem muito mais do que qualidade vida, trazem saúde e evitam uma série de problemas como a prisão de ventre. Na rotina do consultório, vemos muitos pacientes que não necessitam passar por este tipo de problema, mas acabam desenvolvendo-o ao negligenciar a sua responsabilidade sobre suas próprias vidas _ ressalta.

A constipação intestinal geralmente é caracterizada quando o paciente evacua menos de três vezes por semana.
Além disso, ele pode ser considerado constipado crônico independentemente do ritmo evacuatório, quando apresenta sensação de que não eliminou as fezes totalmente, fezes endurecidas ou quando há necessidade de grande esforço na hora de evacuar.
O problema pode ser causado por vários fatores, especialmente: baixa ingestão de fibras e de água, falta de exercícios físicos, hábito de bloquear a ida ao banheiro (comum em quem não conseguem evacuar fora de casa). Outras causas comuns são doenças que impedem que o paciente exerça esforço abdominal adequado como idosos, pacientes com doenças neurológicas, acamados, ou ainda pacientes que contraem de forma inadequada a musculatura da região do períneo. A constipação pode ser ainda secundária ao uso de medicamentos, tumores, grandes dilatações intestinais congênitas ou adquiridas ou doenças sistêmicas descompensadas como diabetes, hipotireoidismo, esclerodermia, entre outras.
O diagnóstico da prisão de ventre é feito basicamente por critérios clínicos: quantas vezes o paciente vai ao banheiro, consistência das fezes e dificuldade para evacuar. Entretanto, muitas vezes, é necessário utilizar alguns testes para descartar causas secundárias e avaliar qual a melhor estratégia de tratamento. Exames específicos como trânsito colônico, manometria anorretal e defecograma podem ser úteis no diagnóstico.
Hoerlle destaca que a constipação crônica, além de afetar a rotina do paciente, pode ser a porta de entrada para novos problemas de saúde como a hemorroidas, a diverticulose, saculação que se forma de dentro para fora da parede do intestino, e as fissuras anais que são lesões na região anal relacionadas à contração exacerbada do esfíncter anal provocando dor e sangramento ao evacuar.

A constipação é tratada, especialmente, com uma reeducação alimentar. O paciente precisa entender, especialmente, a necessidade de ingerir adequadamente fibras e água. Além disso, ele precisa ser estimulando a fazer exercício físico, retirar ou trocar medicamentos que podem ser constipantes, tratar eventuais doenças que possam ser causas de constipação, utilizar medicamentos específicos para esse mal ou, ainda, em casos selecionados, “treinar” o paciente para que contraia e relaxe a musculatura perineal correta durante o ato evacuatório. Em casos raros, ainda se pode realizar cirurgia.
As fibras e o combate à prisão de ventre
As fibras são, entre os nutrientes, o principal aliado de uma boa saúde intestinal. Por isto, uma alimentação que as privilegie é essencial para todo o trato digestivo. Elas aumentam o volume das fezes, distendendo o intestino, o que estimula seu funcionamento. Além disso, principalmente as fibras solúveis, que se dissolvem na água, retêm mais água no bolo fecal, o que melhora sua consistência, desde que o paciente mantenha a ingestão de líquidos adequada.

Os principais alimentos que contêm fibras são vegetais (legumes, verduras e folha, raízes), frutas (frescas ou ecas), leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, fava, soja), cereais integrais (pão, arroz, massa, aveia), oleaginosas (noz, avelã, amêndoa) e sementes (gergelim, frutas). A ingestão de fibras alimentares recomendadas para um adulto é de aproximadamente 20 a 35 gramas por dia.
No entanto, nem todas as fibras são iguais. Elas podem ser solúveis ou insolúveis. Ambas estão presentes em quase todos os alimentos que contêm fibras, em maior ou menor quantidade. Para o bom funcionamento intestinal, recomenda-se a ingestão balanceada de fibras solúveis e insolúveis.
Em alguns casos, a ingestão suplementar de fibras pode ser recomendada. No entanto, o ideal é que toda a fibra consumida pelo paciente tenha origem em uma alimentação natural.
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